sábado, 18 de agosto de 2012

TAMBOR DE MINA




Tambor de Mina é a denominação mais difundida das religiões Afro-brasileiras no Maranhão e na Amazônia. A palavra tambor deriva da importância do instrumento nos rituais de culto. Mina deriva de negro da Costa da Mina, denominação dada aos escravos procedentes da "costa situada a leste do Castelo de São Jorge de Mina" (Verger, 1987: 12) , no atual República do Gana, trazidos da região das hoje Repúblicas do Togo, Benin e da Nigéria, que eram conhecidos principalmente como negros mina-jejes e mina-nagôs.



O Maranhão foi importante núcleo atração de mão de obra africana, sobretudo durante o último século do trafico de escravos para o Brasil (1750-1850), e que se concentrou na Capital, no Vale do Itapecuru e na Baixada Maranhense, regiões onde havia grandes plantações de algodão e cana-de-açúcar, que contribuíram para tornar São Luís e Alcântara cidades famosas entre outros aspectos, pela grandiosidade dos sobradões coloniais, construídos com mão de obra escrava e pela harmonia, beleza e coreografia das musicas de origem africana. 


Como as demais religiões de origem africana no Brasil (Candomblé, Umbanda, Xangô, Xambá, Batuque, Jarê e outras), o tambor de mina se caracteriza por ser religião iniciática e de transe ou possessão. No tambor de mina mais tradicional a iniciação é demorada, não havendo cerimônias públicas de saída, sendo realizada com grande discrição no recinto dos terreiros e poucas pessoas recebem os graus mais elevados ou a iniciação completa. A discrição no transe e no comportamento em geral é uma características marcante do tambor de mina, considerado por muitos como uma "maçonaria de negros", pois apresenta características de sociedades secretas. Nos recintos mais sagrados do culto (peji em nagô, ou côme em jeje), penetram apenas os iniciados mais graduados. O transe no tambor de mina é muito discreto e as vezes percebível apenas por pequenos detalhes da vestimenta. Em muitas casas, no início do transe, a entidade dá muitas voltas ao redor de si mesmo, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, talvez para firmar o transe, numa dança de bonito efeito visual. Normalmente a pessoa quando entra em transe recebe um símbolo, como uma toalha branca amarrada na cintura ou um lenço, denominado pana, enrolado na mão ou no braço.



NoTambor de Mina cerca de noventa por cento dos participantes do culto são do sexo feminino e por isso, alguns falam num matriarcado nesta religião. Os homens desempenham principalmente a função de tocadores de tambores ou abatazeiros e também se encarregam de certas atividades do culto, como matança de animais de 4 patas e do transporte de certas obrigações para o local em que devem ser depositados. Algumas casas são dirigidas por homens e possuem maior presença de homens, que podem ser encontrados inclusive na roda de dançantes. 

Existem dois modelos principais de tambor de mina no Maranhão: mina jeje e mina nagô. O primeiro parece ser o mais antigo e se estabeleceu em torno da Casa grande das Minas Jeje (Querebentan de Zomadônu), o terreiro mais antigo, que deve ter sido fundado em São Luís na década de 1840. O outro, que lhe é quase contemporâneo e que também se continua até hoje é o da Casa de Nagô, localizada no mesmo bairro (São Pantaleão) a uma quadra de distância.




A Casa das Minas é única, não possui casas que lhe sejam filiadas, daí porque nenhuma outra siga completamente seu estilo. Nesta casa os cânticos são em língua jeje (Ewê-Fon) e só se recebem divindades denominadas de voduns, mas apesar dela não ter casas filiadas, o modelo do culto do Tambor de Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.






Nos terreiros de tambor de mina é comum a realização de festas e folguedos da cultura popular maranhense que as vezes são solicitadas por entidades espirituais que gostam delas, como a do Divino Espírito Santo, o Bumba-Meu-Boi, o Tambor de Crioula e outras. É comum também outros grupos que organizam tais atividades irem dançar nos terreiros de mina para homenagear o dono da casa, as vodunsis e para pedir proteção às entidades espirituais para suas brincadeiras


Texto: Sergio Ferreti

terça-feira, 26 de junho de 2012

ORI NA VISÂO JEJE




O tá (cabeça) e/ou ahisu (termo utilizado para designar “cabeça espiritual” ou mesmo espírito) é um conceito da cosmogonia jeje que muito se assemelha ao conceito yorubá de Orí, claro que mantendo significativa diferença e sendo sua explicação um tanto mais complexa do que a de orí, dada pelos yorubás.
Do ponto de vista da cultura fon, o tá (cabeça) é multifacetado ao mesmo tempo que é único. já que cada um de nós somos uma unidade e essas facetas só existe em conjunto. É dividido em algumas camadas denominadas sombras. São quatro: WENSAGUN (sombra mensageira), YE (sombra reflexa), LINDON (sombra longinqua) e SÊ (sombra permanente). Para entendermos melhor: “Wensagun” seria a camada ou sombra que está em comunicação com o astral, o mensageiro, seria o que nos liga enquanto mortais ao plano astral; “Ye” seria nossa força vital em desdobramento visível, nosso corpo e a sombra que dele se origina abaixo da luz – seria em sí nosso próprio existir no mundo, o transcorrer de nossa vida na terra; “Lindon” é a nossa capacidade de pensamento, essencial ao “Ye” para nosso existir; “Sê”, enfim, como sombra permanente é invisível, imultável, não conhecendo a morte, nosso próprio espírito, dotado de inteligência, e carrega nosso dulè (odú em yorubá – destino pessoal).
Estas sombras fazem parte do tá (cabeça) como um todo, formando a concepção de ahisu, e o Vodun habita no nosso tá. Mas o tá, ao contrário do Vodun, não exige que seja “assentada”, por isso o Jeje não faz uso do igbá-orí, pois acreditamos que o tá é o próprio igbá-orí.
Quando realizamos o Tásèn (“cultuar a cabeça”), cerimônia jeje equivalente ao Borí dos yorubás, também conhecido como Apehe (termo originário do Jeje Mina) ou Jwá, estamos fazendo uma oferenda ou uma propiciação ao tá (em todos seus aspectos) para que a pessoa entre em equilíbrio com seu ser e seu destino, também estreitando as ligações com o Vodun principal e pessoal (tavodun) que é aquele que também habita o seu tá.
Enfim,

SÊ - é o poder do princípio de transformação, é a unidade do princípio espiritual no homem; é o princípio espiritual divino com tripla função;
YÊ -é o princípio vital em desdobramento visível como a sombra tirada do corpo que os ADJA-FON chamam AGBASA;
LINDON - significaria o poder de pensar, seria a expressão dessas faculdades essenciais do YÊ que nomeamos IRO;
WENSAGUN - seria enfim o SÊ se comunicando com o supremo para receber e anunciar as mensagens fundamentais da vida e da morte;
Sê - é o princípio divino imortal que se transforma no sujeito YÊ, expressão da própria pessoa. Shê não morre, ele é então o espírito.
Yê - é a personalidade humana em desdobramento no tempo. Poderia ser condenado ao vazio, ele é portanto o alma.

A INFLUÊNCIA DO CANDOMBLÉ

Em relação à

VIDA :
É a união do SHÊ com o YÊ sendo projetada no mundo elementar;

MORTE :
É o estado que finaliza o alma, que só tem posição no mundo elementar;

FELICIDADE :
É o estágio máximo, ou seja, de grande nível de equilíbrio do SHÊ com o YÊ;

HOMEM :
Ser de qualidade social acompanhado de suas origens, inclusive seu ODU ( destino ) principal;

PERSONALIDADE :
Características formadas por uma origem adaptada ao SÊ e ao YÊ quando assim se encontram, já desde o primeiro momento que se é lançado no mundo elementar;

VODUN :
É o SÊ em seu estado de harmonia própria com cada elemento neste ou em outro mundo;

O VODUN NÃO MORRE ! ! !

A influência do Asé é a de equilibrar o máximo que pode, cada Ser que aqui se encontra, o conhecimento de si e de suas origens elementares; o conhecimento sobre seu próprio limite de personalidade, o arredondamento, ou seja, o auto-domínio de sua índole e do seu caráter. O sucesso então é o de seguir resignado toda a trajetória no mundo elementar e chegar à morte consciente de que, é hora de retornar o corpo ( matéria ) à natureza; e também o de respeitar todos os elementos que aqui se encontram ou não.
O homem, sabendo de onde veio, onde está, quais são suas origens e para onde ele retornará, terá uma vida mais consciente e real neste mundo elementar.

sábado, 23 de junho de 2012

FRUTAS DOS ORIXÁS/VODUNS/MIKISI



 IANSÃ/OYA

Manga rosa, uvas, pêra, maçã, mamão,morango, melão, laranja, banana, figo, ameixas, romã, grosselha, pêssego, pitanga, framboesa, cajá, caqui, *jenipapo e *tamarindo - *(Oya Igbale).

No Batuque-RS
manga, maçã, pitanga.

 OGUM
manga, ameixas, amoras, abacate, *caju (Ogum Xoroque), cajá manga,  jenipapo, laranja .
No Batuque-RS
laranja, marmelo e cana.

LOGUM
todas da natureza, de preferência melão, pêra, maça, uva, mamão
XANGO
Todas da natureza, de preferencia nas cores da terra, ou avermelhadas.
No Batuque-RS
banana, pêssego, ameixa branca e maçã

OXUM
melão, mamão, pêra, uva, morango, banana da terra, banana ouro, laranja Bahia, maracujá, damasco,goiaba.
No Batuque-RS
maçã, bergamota, Pêssego, mamão.
Djeje banana ouro, a melancia e o caja manga 

OBÁ
maça, melancia, morango, abóbora moranga, banana da terra, framboesa, manga rosa.
No Batuque-RS
abacaxi e romã

YEWA
banana da terra, banana de são Tomé, uva, ameixa, morango, pêssegos, abacaxi, zimbro, amendoa

NANÃ
melancia, jaca, maça, pêra, banana, melão, abiu roxo, uva.

YEMANJA
melão, mamão, manga, banana, mexerica, uvas de todas as espécies, abacaxi, laranja, banana prata, carambola, melancia, coco.
No Batuque-RS
melancia e coco

OXALÁ
qualquer espécie da natureza, desde que tenham as cascas claras. Gosta também de coco, sem a casca e fruta-pão
No Batuque-RS
Uva branca, pêra, bergamota, mamão e coco.

IBEJI
de todas as espécies

OXUMARE
todas da natureza, mas tem preferencia por frutas nas cores amareladas ou esverdeadas, como mamão, melão, laranja uvas verdes, ingá.

BESSEN
frutas como banana da terra e acerola

OSSAIM
Todas da natureza. Tamarindo, mamão, goiaba, guaraná
No Batuque-RS
pitanga, abacate, figo.

OXOSSI
todas da natureza. Tamarindo, mamão,guarana, banana, coco,goiaba
No Batuque-RS
ODE OTIM
uva preta, maçã, butiá e araçá

EXU
pôr ser o senhor de todos os caminhos e responsável pelo equilibrio no mundo, pode ser agraciado com todas as espécies de frutas, mas as favoritas dele são: limão, descascado e cortado em cruz, cana, descascada e cortada em rodelas, gabiroba, jaca, manga, goiaba vermelha, jabuticaba, maça, groselha, figo,ameixa
No Batuque-RS
BARA
manga, ameixa vermelha, butiá, maracujá, cana-de-açúcar, laranja azeda ,laranja de umbigo ,butiá , alfarroba, cola toronja (pomelo),amora.

OBALUAYE
todas da natureza, por ser ele um dos orixás da terra, mas da preferencia para banana de qualquer espécie, manga, mamão, caju, sapoti, jaca, jabuticaba, graviola, avelã, ameixa.
No Batuque-RS
XAPANÂ
uva preta, amendoim e café

EGUM E ANTEPASSADOS
Graviola, tamarindo, amora do mato


FRUTAS UTILIZADAS NA UMBANDA-RS


Oxalá- Uva verde, pêra, maçã, damasco, melão, figo. polpa de coco, pêssego branco, nozes, castanhas e amêndoas

Senhoras: Todas as frutas cítricas: Limão, tangerina, laranja, sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo

Iemanjá- Melância, melão,sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo, uvas brancas, uva Juliana, pêra.

Iansã – maçã vermelha, tangerina, laranja-bahia, uva rosa, pitanga, cereja.

Oxum – pêssego amarelo, maçã verde, melão gaucho amarelo, damasco, nêspera, ponkan

Cosme e Damião- Goiaba, pitanga, groselha, cereja, jabuticaba, grumixama,amora
Oxossí- Coco, cana-de-açucar,abacaxi, laranja, limão,camboatá, caju, acerola,sapucaia, cacau,mangaba, butiá, nêspera (ameixa branca), frutinhas de mato (abiu, bacaba, bacuri, murici, pequi, etc).

Ogum- Banana, ameixa, uva rosê, maçã, graviola, abacate,pitomba, ciriguela, lima da pérsia, marmelo

Obaluaye- Jaca, cajá, carambola, fruta-pão, morango, amora, mamão, romã, maracujá, uva preta, jabuticaba, figo preto, cereja preta.

Xangô- Marmelo, melão, caqui, fruta-de-conde, maracujá, manga,mamão,melancia,abiu,abricó, morango,cacau, goiaba

Exu- Pitanga. Banana d’água. amora, manga, laranja azeda, caju, jaca, pomelo.

Pomba-Gira-  Figo

Almas: Jaca, abacaxi, cajá - manga, manga, carambola, fruta-pão, morango

OBS.: Esta relação de frutas pode variar de acordo com cada região e axé.

CLIQUE NO PLAY DO VIDEO PARA VER AS FOTOS DAS FRUTAS

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O SEGREDO DE OXUM



O Segredo de Oxum 
O nascimento de um rio não acontece quando a água brota do solo e segue pela superfície da terra. Antes disso, uma seqüência de fatos desencadearam e influenciaram esse processo. Existe por traz do nascimento de um rio um enorme fundamento.
Primeiro Olorum através do sol aquece a água dos lagos e oceanos, Oxumarê com seu arco-íris, leva a água em forma de vapor para as nuvens que ficam carregadas, Xangô anuncia com seu trovão, que Iansã está juntando ás nuvens com o vento mágico que surge quando ela balança suas saias, quando as nuvens estão todas arrumadas, Xangô lança o Edun-Ará (pedra de raio) sobre a terra avisando a Odudúa que prepare seu ventre, pois a chuva irá cair, Ossãe pendura suas cabaças em Iroko para conter o líquido maravilhoso da vida.
O momento sublime acontece, numa sintonia perfeita de toda a natureza, a chuva cai, trazendo consigo toda força do céu e alimentando toda a terra, Odudúa absorve todo o líquido e cria um enorme lago no interior da terra, seu ventre, quando a água acumulada se enche de força mineral (axé), Odudúa abre seu ventre e dá vida à majestosa Oxum, que brotará do solo e deslizará sobre seu leito levando vida por toda a superfície da terra, mais a  frente água se acumulará de novo e tudo começará novamente.
Assim como a vida de Oxum tem o seu segredo, nós negros e negras também temos o nosso. A nossa história não começa em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil, antes disso, uma seqüência de fatos marcaram e até hoje influenciam nossas vidas, existe por traz do aparecimento do povo negro no Brasil um enorme fundamento.
Não somos descendentes de escravos, como dizem os livros escolares, somos descendentes de civilizações africanas, de reinados fortes e poderosos, somos descendentes de reis, rainhas, príncipes e princesas, somos parentes de homens e mulheres que desenvolveram a escrita, a astrologia, a numerologia, às ciências e as pirâmides. Somos fruto de um povo que desenvolveu as técnicas agrícolas e que domina a medicina alternativa, somos fruto de um povo que conhece as folhas e como despertar o poder delas, nosso povo sabe estar no Aiyê(Terra)sem perder a essência do Orum (Céu).

Fonte: Jornal Folha Popular, Ed. nº.11, Nov de 2006).Matéria de Ricardo Andrade, publicado no Jornal Folha Popular

quinta-feira, 26 de abril de 2012

JEJE-MAHI - ROÇA DO VENTURA


JEJE-MAHI

ROÇA DO VENTURA



Para se sentar na cadeira de Gayaku da Roça do Ventura tem que ser feita (iniciada) para o vodun Sógbó (sobô), ou Azonsú (lá Azansu) ou para Gbesen (Bé-sém), lembramos que no Ventura a Gayaku é termo dado aquelas que iniciaram pelo menos 1 filho para um vodum da família nagô (Ogun, Odë, Iyemoja, Osun,..., lá não se inicia Iyewa, nem Oba, nem Logunëdë)
Bem, a fundadora foi Ludovina Pessoa, que era iniciada de Ogun (um vodum nagô) obviamente ela não era iniciada de Azonsú, nem de Sógbó e nem de Gbesen, e obviamente não se sentou no trono, tendo-se aliado a Maria de Azonsú da família de Modubi (de José Maria de Belchior, originária do Terreiro do Pinho - Hunkpame Dahomé) da roça de cima para fundar a roça de baixo empossando uma de suas filhas (de Gbesen).

A lógica é que para sentar no trono de Gayaku tem que se iniciar lá um vodun nagô e ser iniciada para vodum propriamente dito, embora o conceito de vodum nagô varie dentro das ramificações do jeje. Por que isso? Isso porque Gbesen é o espírito da vida e assim sendo não compactua com nada que lembre a morte, daí o uso de sempre-vivas em preceitos como o gbo-etá (boitá), do beeko (quizila) com flores dignas de se cobrir defuntos, do não estabelecer casa de egun (asen), etc. como havia na roça de cima (de Modubi) etc.

Os mahis na realidade cultuam voduns que se relacionam diretamente com os orixás e deles tiveram origem de culto na África, e de sua região mahi. Assim comumente ouvimos sou de Sango de um filho de Sógbó e o mesmo de um filho de Aira (lembramos que sacerdotes do Benin afirmam que Sógbó é Sàngó).
Na roça de cima o termo gayaku herdado pelos modubis e pelos hoje, então, descendentes, designa aquela que é dirigente de um culto voltado aos voduns de nagô (um Nagô Vodum antigo), e não necessariamente a que inicia um vodum desta família, o título foi repassado com a criação da roça de baixo. Visto que Azonsu é termo próprio da família de Modubi.
Eguns e voduns que tiveram vida terrena como os reais do Dahomey não são cultuados em Mahi, todos os antepassados da casa são reverenciados (ja avalu) saudando-se e ofertando-se ao vodun Ayizan, sempre à frente da casa principal conforme Ajahuto o fez em Allada.
Os voduns mahis seguem conforme os orixás nagôs, são aqueles que de alguma forma morreram, seus corpos não foram encontrados, despareceram, subiram ao céu ou desceram pela terra, enfim se há sepultura (como a dos reis do Dahomey) não é cultuado como vodum Mahi.


Obs. Esse assunto é referente ao Jeje Mahi no Brasil e não no culto de voduns mahis no Benin onde reina Ainon (Sakpatá). Atualmente vemos o maravilhoso e reedificado asen de Savalou em memória à ancestralidade real do Palácio de Savalou. 
O Jeje Mahi de Cachoeira, Bahia e do Bogum de Salvador, Bahia (da mesma fundadora) tem como divindade principal Gbesen, que é do culto de Dàn de local próximo.


Texto: Ifabimi - http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com.br

quinta-feira, 5 de abril de 2012

OXUM/AZIRI/NDANDALUNDA - PARTE VI - ANGOLA




Ndanda lunda


. Dandalunda mantém um grande laço de amizade com o inkice Katendê, pois para o equilíbrio da mistura das ervas para a feitura do amacì, há necessidade da há necessidade das águas de dandalunda. Deusa das cachoeiras e das águas doces, é a filha predileta de Mikaiá e Lembaranganga. Ela representa as riquezas e tem suas cores relacionadas ao metal mais precioso da antiguidade que era o cobre.Sua cor preferida é o amarelo. Mantém profundos laços de amizade com Kassumbencas potável e atua no brotar das raízes.


- DANDA DILA (equivalente a Ijimu no kétu) É a senhora da fecundidade e do feitiço, é velha e vira bruxa na beira do rio. Veste azul e rosa claro, come com Lembaranganga e kaviungo. Não come bicho fêmea, exceto a pata


- DANDARA 

(equivalente a oparà no kétu)É jovem e guerreira, companheira de mukumbe e kambaranguange. Veste rosa claro ou amarelo ouro, tem caminhos muito fortes com lembá. Tem fundamento com egun


- APUNKÉ (equivalente a abalu no kétu) É velha, bem idosa, tem numerosos filhos e netos, é severa e autoritária. Usa o azul-claro e é a verdadeira dona do leque. Come com mikaiá no rio e na lagoa. Suas contassão azul cristal. Come tartaruga, cabrito castrado e pata.


- KISIMBI (equivalente a pondà ou ypondà no ketu) É guerreira , casada com Gongobila e mãe de terekompenso , vive no mato com seu marido, é desconfiada, astuta, observadora e intuitiva. Veste amarelo ouro e na barra da saia azul claro. Relacionada ao fogo e aos cemitérios, pois apesar de não ter nenhum vínculo com matamba, tem ligação com o culto a egun. A pata é uma de suas grandes kizila. O seu bicho de fundamento é a tartaruga, que aprecia a carne e os ovos. Come com Gongobila, mikaiá e seu filho terekompenso


- DANDA EWARA (equivalente a aboto ou boto no kétu) É a Dandalunda das nascentes dos rios e dos encontros das águas doces e salgadas,muito bonita e vaidosa. Tem fundamento com Mikaiá e Kambaranguange. É cultuada a beira das lagoas. Veste o amarelo e, geralmente, seus filhos são abikù. Tem fundamento com Zumbarandá devido a lagoa. Ela é consagrada rainha da cumeeira


- lundamudila


- danda dalu.


- danda belé


- danda maiombe.