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sábado, 27 de novembro de 2010

OTOLU/OXOSSI,ODÉ/NGUNZU - PARTE IV - QUALIDADES OXOSSI/ODE

QUALIDADE


AKUERAN:  Um título que faz referência ao fato de se matar a caça, é o que faz todo caçador. Velho, come carne crua, culto realizado na madrugada. Tem fundamento com Oxumarè e Osónyín e Exu. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura, ele mora nas profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas, suas contas são azul claro. Seus bichos são: papagaio e arara, tira-se as penas e solta-se o bicho. Senhor do couro dos animais grudados nas paredes das casas de ásé, representando que ali houve um sacrifício e que ali, houve alimento para a sociedade.
 


ÀROLÉ: Deus da caça, veste-se de peles de animais, usa polvari, come carne crua, usa duas capangas, debaixo do assentamento tem uma estrela. É invocado no padê de Exu. É o verdadeiro rei de Ketu, as pessoas dele são muito antipáticas, jovem e romântico, gosta de namorar, vive mirando-se nas águas, apreciando sua beleza. Come com Ogún e Oxún, aprecia carne de veado e é ágil na arte de caçar.
Caçador da floresta da morte não teme Ikù nem Egun, este é um título exclusivo do Orixá Oxóssi que é um Oxô, feiticeiro, foi ele quem criou o pó de nome Arole que tem a capacidade de espantar Egun e a Morte. E presenteou Oiá com o Eruexim para que ela pudesse se proteger dos Eguns.


DANA DANA:  Literalmente, o caçador acendeu o fogo; quando termina a sua caçada ele acende o fogo para cozinhá-la e preparar sua refeição, desta forma este é um título que pertence a todos os Orixás caçadores. Ele é o Orixá que entra na mata da morte. Nesta fase, Òsóòsí se mostra muito agitado, estando coligado ao interior das florestas  e sai sem temer EGUN e a própria morte.Segundo os ítàns foi ele quem caçou a serpente(Dàn) e perdeu a vida para ela. Rege o poço de gbèsèn(dentro das casas de djèdjè) e todas as raízes comestíveis;   tem fundamento com Exu, Osónyín, Oxumarè, Oya e Obaluaê/Omulú.  Veste azul claro.

FIGBOLÉ: Este é um título de Oxóssi que quer dizer, arqueiro habitante da floresta. É o guardião dos pescadores, senhor das ilhas e bancos de areia; Tem a propriedade de proteger todos os filhos de Yèmònjá. Nessa variação é coligado á Yèmònjá e a seus domínios, largando a mata e sendo cultuado nas águas do mar, próximo a sua mãe;


GENDEPE: É do mato, violento.


IGBO: Muitas são as confusões relacionadas ao culto dessa variação de Oxossi. Ora seu culto está relacionado ao barro e a tabatinga, ora relacionado ao culto as águas. Em algumas culturas seria o pai deLogun-Ede. Nessa fase tem muito fundamento com Òmòlú, Nànà e Òsún. Veste palha da costa e cores escuras, relacionada a terra. Possui muita ligação com ègúns; Mania de perfeição


INLÉ : É o filho querido de Oxaguian e Yemanjá. Veste-se de branco em homenagem a seu pai. Usa chapéu com palmas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxaguian usa em suas contas uma azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogún Já. É tido por muitos como um òrísá independente, sendo filho de Òsóòguíàn e sempre estando ao lado de seu pai. É o grande caçador de pombos, aquele que ofertou o ílé á Òsáàlá. Veste branco;


KARELE - Este é um título de Erinlé, que quer dizer, o que pode nos amparar em nossa casa


KOIFÉ: Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança. Come com Osónyín e vive muito escondido dentro das matas, sozinho. Suas contas são azuis clara, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxún Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.


ODE ERINLÉ: Grande caçador da região de Ílògbú. Está ligado a caça de animais de grande porte. Seu culto é completamente aquático mas, assim como Òdé Ígbò passa por deturpações de cultura, ora tendo seu culto nas águas e ora tendo seu culto na terra. É confundido com Òdé Ígbò por vários motivos e um deles, é o fato de também ser tido como o verdadeiro pai de Logun-Ede. Nessa fase é extramamente ligado a

Iemanja,Oxun e Oxalá

ODÉ KARE: É ligado as águas e a Oxún, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmas forças e funções. Come com Oxún e Oxalá. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador, mora sempre perto das fontes. Protege todos os animais de natureza anfíbia, ou seja, que vivem tanto na água quanto na terra. É um grande caçador porém, um exímio pescador, morando próximo as águas e recebendo suas oferendas na beira dos rios.


ODÉ WAWA: Vem da origem dos Orixás caçadores. Veste-se de azul e branco, usa arco e flecha e os chifres do touro selvagem. Come com Oxalá e Xangô, pois, dizem que ele fez sua morada debaixo da gameleira. Está extinto, assenta-se ele e faz-se Ayrá ou Oxún Karé.

ODÉ WALÈ: É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto é ligado diretamente à pantera, é muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogún.

ODE OSE EWE: É o senhor da floresta, ligado as folhas e as Osonyín, com quem vive nas matas. Veste azul claro e usa capacete quase tampando o seu rosto.Nessa fase, Òsóòsí está extremamente relacionado á Òsànýn e as folhas. Aprendeu com o deus das ervas todos os segredos sobre as plantas. Foi nessa passagem que teria sido enfeitiçado por Òsànýn e fora morar no interior das matas, como seu companheiro;


ODEMIRA: Acompanha Yemanjá, cultuado apenas no Axé Opo Afonjá.

ODOOKE: Vive nos montes, Oxun do lado, come bode castrado.


OKOLO: Velho, é Ossaiyn que traz esta qualidade no barracão.

ONIPABO: Violento, acompanha Ogún, veste-se de azul, verde e vermelho.Nessa variação, Òsóòsí rege e protege todas as aves e suas plumagens. Se alimenta apenas de pássaros, gostando de ser adornado de plumas e penas. Coligado á Òsànýn e Òsúmárè(gbèsèn);


ORIEJE: Veste verde, é assentado na floresta.

ORUMINA: É do mato, aprecia animais selvagens.


OSONGBO: Vem ao barracão com uma flauta de osso, cultua egungun.


YBUALAMO: É velho e caçador. Come nas águas mais profundas. Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logunedé. Apaixonado por Oxún e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas mais profunda em busca de seu amor. Sua vestimenta é azul celeste, como suas contas. Come com Omolú Azoani, usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OTOLU/OXOSSI,ODÉ/NGUNZU - PARTE II - ANGOLA



• Ngunzu: - Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.


Mutakalambo


Entre os Tshokwé, o primeiro caçador mitológico de todos os tempos éKawa ka Tschimbundu, considerado um Hamba poderoso prescrito pelo "Tahi" (Adivinho) na maioria das vezes em que há necessidade de harmonizar o caçador.
Mutá é um Hamba encontrado entre os Tschokwé, no qual aparece como uma divindade dos caçadores terrestres. Sua representatividade é um cão, aquele capaz de farejar a caça, companheiro inseparável dos caçadores e que também recebe Itumbu (Filtros mágicos) para adentrar as matas.
Mutá aparece sempre, nos cultos, acompanhado de Sambongo (figura masculina) e Nambongo (feminina) que têm como primeira função tornar a caça benéfica, protegendo os caçadores que reside nas florestas. Acompanha também Mutá o Hamba Samukishi (O senhor das máscaras), aquele que recebe a primeira Menga do animal abatido e que somente depois será ofertado a Mutá. Portanto, dentro de um Tshipanga (Cercado onde se encontram os Hamba), Mutá nunca se apresenta só.
Nas regiões de Luanda, Mutakalombo, aparece como uma divindade dos animais aquáticos e sob as suas ordens encontram-se: Kaiongo (sua esposa) que também está ligada aos animais terrestres, Samba Zundo que ocupa também o lugar de esposa de Mutakalombo.
Segundo Oscar Ribas: Mutakalombo - espírito que superintende na esfera dos animais aquáticos. Entidade espiritual da fauna aquática.
Foi cônego, saiu de Portugal, andou por muitas localidades e morreu velho, razão por que assim é invocado nos seus cânticos. Finou-se num montículo de Salalé, num Musseque das imediações de Luanda.
É único com esse nome, passando a adaptar nas atuações seu cão é o jacaré, de que se serve para punir uma falta grave. Em várias pesquisas Mutakalombo aparece como divindade aquática, que utiliza seu jacaré (Ou crocodilo) para arrebatar mulheres na beira d’água com a finalidade de servi-lo. Aquelas que conseguem sobreviver e retornam, recebem o poder de Mutakalombo para sacerdote.
Junto com Mutá, encontramos Mutanjinji, divindade feminina que superintende a esfera dos animais terrestres, é a “Entidade da Fauna Terrestre”.
Encontramos também Kabila que serve a Mutanjinji e tem ligação com Mutakalombo, sua função é a de Pastor. Quando um caçador não consegue abater uma peça de caça, e, por intermédio de um Xinguilador (Feiticeiro-Nganga), suplica a Kabila sua intervenção, este lhe proporciona alguns animais que furta ao amo, difícil de aceder a tais pedidos.
Após a caçada, o caçador, como testemunha de verdade, apresenta ao Xinguilador as caudas dos animais abatidos. Na sua presença, ajoelha-se bate palmas de reverência e, tomada à bênção, informa-o do número de cabeças mortas.
Regressando ao mato, esquarteja todas as peças e torna a voltar á casa do Nganga com a carga. Então, cozinham as miudezas e, com a referida iguaria, brinda os Calundus(Divindades justiceiras e mendicantes), que se manifestam no Xinguilador em estado de possessão.
Durante a partilha, o caçador permanece de joelhos. Em caso de ingratidão para com a divindade, isto é, se não lhe participar o resultado da caçada, jamais tornará a abater uma só peça. É a punição.
A palavra Kabila vem de Kubila, que significa "Pastorear".
Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu é a do caçador, em seguida vem a dos Ferreiros, e que vários são os ídolos de caça, mas aqui citamos apenas os conhecidos dentro do culto Angola/Kongo no Brasil.
http://cobantu.com/divindades/minkisi_mutakalambo.htm

QUALIDADES:


ARIRÈ – ligação com Zazi - Danda - Lemba
BARANGUNANJE - ligação com Pambunjila - Danda
BARANGUANJE - ligação com - Zazi - Danda
GANGOLA – ligação com Lembá - Kavungu - Danda
GONGOBILA - ligação com Danda - Telekompensu
HINGUÈ – ligação com Katende - Kavungu - Zumbá
INDARO - ligação com Nkosi - Zazi
KABILA - ligação com - Katende
KAIZA – ligação com Zazi - Nkosi - Danda
KASSANGUANJE - ligação com Zazi - Danda - Nkosi
KITALA MUNGONGO - ligação com Danda - Kaiangu
KUTALA - ligação com Hangolò - Mina Aganji - Mina Lugano - Kavungu
MUHANGUE - ligação com Kaiala
MUSSAMBURA - ligação com Zumbá
MUTAKALAMBO (o mais velho de todos) - ligação com Kavungu - Lembá
MUTALAMBÔ - ligação com Kavungu - Kitembu
SANDANGUANJE - ligação com Zazi - Danda
TALA MUZANGUÈ - ligação com Nkosi
TATA KEWALA - ligação com Kaiangu - Mina Aganji - Mina Lugano
TAWÀ MUGONGO – ligação com Nkosi
TAWAMIN – ligação com Nkosi - Danda - Kaiangu

Ervas: arruda miúda, bredo de santo Antônio, caiçara, cana de macaco, capim limão, pitanga, capeba, eucalipto, guiné, erva santa, folha de goiaba, hortelã, lagrima de nossa senhora, são Gonçalinho. Esímho cheiroso.
Flores: Flores do campo, orquídeas, flores silvestres.
Frutas: goiaba, amora, cajá, carambola, manga, coco, cereja, pitanga.
Oferendas:
Lombí ( abóbora cozida com um pouco de dendê e azeite doce),
Didoca ( mandioca cozida com melado ),
Assola ( milho vermelho cozido com feijão carioca com azeite doce e dendê),
Efuanga ( cozido de folha de mandioca ),
Doces: cocada, cural, pamonha, pé de moleque, suco de pitanga.







sábado, 31 de julho de 2010

OTOLU/OXOSSI,ODE/NGUNZU - PARTE I - OTOLU

   
OTOLU


Quarto Vodum a nascer por ordem de Mawu-Lissa, recebendo desse a atribuição de tomar conta de  todos os pássaros e animais e de viver  nos arbustos como um caçador.
    Otolu é um Vodum autoritário e muito bruto, não gosta de receber ordens de ninguém, faz questão de ignorar iku, ele não aceita  a morte. Em seu reino (caça) considera-se absoluto.
    Conta um itan, que esse caçador chegou em uma festividade no reino de Dan vestido como um rei (rei da caça), quando Dan viu suas vestimentas virou-se para Ogum e cantou:
         "Ajó xô dominadô, orrum para cècè, orrum para cècè" = Togum, que ele mude o ajó (roupa), no  reino de Dam - Ogum foi até Otolu e transmitiu o recado.
    Otolu foi embora e logo voltou com outras roupas e batendo às portas de Dam cantou para o mesmo:
        "Ahoboboi a boia Aganga Otolu ezan, ahoboboi a boia Aganga Otolu ezan" = Dam em teu reino não serei somente Otolu e sim Aganga Otolu "
    Daí pra frente Otolu passou a usar roupas e capacetes de penas para se identificar como Aganga Otolu.
    Otolu é um Vodum de  pouca conversa. Está sempre pelos cantos observando a natureza e olhando de longe seus filhos e a casa onde reside. Em uma demanda transforma-se em um temível guerreiro ao lado de Exu, Ogum e Ossanhe. Sendo que, junto com Togum, são os mais poderosos guerreiros de uma casa de santo.
     Otolu veste roupas de cores: azul claro, azul turqueza, verde, verde e vermelho, branco. Por cima das roupas de tecido traz um saiote de pena (igual a dos índios), usa tornozeleiras,  braçadeiras e capacete de penas. Sua roupas tambem podem ser feitas com couro de coelho e de outras caças. Ele não gosta de roupas com brilho ou estilizadas.
Nas mãos, traz: lança de madeira sendo que entre a lança e o cabo aparece uma cabaça redonda e pequena; arco e flexa. Em suas indumentárias estão incluídos a cabaça pequena trazida como capanga, dois brajás cruzados no peito, chifres de búfalo e erukere.
    Seus fios de contas podem ser: azul claro, verde ou verde rajado de vermelho, dependendo da passagem do Vodum.
    Otolu come caças, carnes cruas ou assadas na brasa (em especial a de porco), milho moído, torrado ou assado na brasa, milho cozinho com fatias de coco, acará, abará, ekuru, omolocum, frutas (menos as que lembram espinho), acaçá, cabrito, frangos.
                                              Feitura - Armas e  Assentamento



  Otolu é o caçador mais velho, podemos compará-lo à Odé dos yorubanos. Existem outros Voduns caçadores.
    A feitura de um Vodum caçador difere um pouco das demais pelo fato desses Voduns não suportarem ficar presos em ambientes fechados e por não darem muito atenção a iku, o que redobra os preceitos e as atenções da equipe que participa de suas feituras.
    Ebós e preceitos são determinados de acordo com os caminhos do iniciado e do próprio Vodum, portanto não existe um padrão.
    As armas usadas nos assentamento dos Voduns caçadores são confeccionadas em ferro ou metal amarelo/branco e seu símbolo é determinado pelo Vodum que está sendo feito.  Esses assentamentos podem ser feitos usando-se a tabatinga  ou soltos.
    Os Voduns caçadores entre eles Otolu, usam roupas de cores azul, verde, branco ou estampada. Usam capacete de penas. Podem trazer nas mãos o arco e flecha, lanças, alguns trazem o arco e flecha e também um abebê, outros trazem nos ombros o couro de uma caça. Todos trazem os brajás* trançados no peito, capangas de couro ou metal, erukere, e o chifre de búfalo.
Texto:Yatemi Jurema de Oya (In memoriam)



Dà Làngàn Òtòlú é a forma que o Vòdún Òtòlú era conhecido na cidade de Savalú. Desde criança Dà làngàn mostrava as suas habilidades na caça e na arte de guerrear. Dà Làngàn foi criado para suceder o seu tio Ázáká. Diz a lenda que, quando Dà làngàn ainda um adolescente ficou perdido na floresta e foi cercado por um enorme Leopardo negro faminto. O jovem Dà Làngàn tinha o costume de tocar uma flauta de osso quando estava descansando na floresta. Esse instrumento pertencente a um Vòdún da mata ligado aos sons emitidos na floresta, Vòdún esse chamado de Àzízá, que é um adolescente que vive tocando a sua flauta de osso pelo meio da mata atraindo para dentro dela as pessoas não bem-vindas por ele. Assim quando o Leopardo o cercou, Ázízá tocou a sua flauta distraindo o Leopardo e com um ataque feroz, Dà Làngàn voou no pescoço do Leopardo e, com um punhal, cortou-lhe sua cabeça e bebeu seu sangue depois comeu algumas partes dele a fim de ter as mesmas habilidades. Assim Dà Làngàn, passou a ser muito respeitado mesmo ainda sendo um adolescente. O título de Òtòlú que significa ´´Chefe caçador de Savalú ´´ foi conquistado quando Dà Làngàn acabou com uma tentativa de invasão pelos Nago na floresta de Savalú, então seu pai o Rei Kúxòsú, deu-lhe o título de Òtòlú e no mesmo dia ele ganhou o comando dos Valutö( um grupo seleto de guerreiros caçadores que o próprio Òtòlú era membro e agora ele os comandava). Com o adoecimento de seu pai, Dà Zòjí seu irmão primogênito assumiu o trono e assim Òtòlú assumiria também os Zúncòtòlè. Quando Òtòlú assumi a liderança dos Zùncòtòlè ele ganha importância dentro do reino e principalmente dentro do clã Sákpátá pois, agora ele tinha uma função de captar alimentos da floresta e proteger o reino. Nesse tempo Ázáká, Otölú e seu primo Ázáwànì quando juntos em caçadas ou batalhas na floresta, eram chamados pelos inimigos e admiradores de Hùndèválú título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Após a morte de seu pai e a posse em definitivo de Dà Zòjí ao trono, Dà Zòjí dá o comando do exército de Savalú para Dà Làngàn Òtòlú que, após o comando, constrói em um vilarejo perto da costa, um tipo de quartel dos Valutö e um centro de culto ao Vòdún Ázízá. Essa cidade ,depois de sua morte, foi o primeiro local de culto ao grande Guerreiro-Caçador de Savalú conhecido como Òtòlú ou simplesmente por sua velocidade e ferocidade como Tòlú-Tòlú o Guerreiro que não erra. Por ter sido cultuado primeiramente em Dàgbá e, o mesmo que gostava de tocar a sua flauta debaixo de uma árvore com o mesmo nome de Dàgbá, sua fava de iniciação é o fruto da árvore Dàgbá. Na parte litúrgica do culto Vòdún Òtòlú é responsável pela a fartura alimentícia e segurança das casas de culto próximas a florestas, em qualquer ato de colher ou caçar na floresta Òtòlú deverá ser consultado juntamente com Ázízá. Na cerimônia do Grá, Òtòlú tem a função de proteção aos neófitos quando os mesmos entram na floresta. Vòdún imprescindível nas feituras dos neófitos no Ásé do Kpò Dàgbá, pois ele é peça fundamental em uma cerimônia chamada Ámátítè.
Em outras lendas, Òtòlú pertencia a um grupo chamado Húédá de Úídá e que chegou até a região dos Áízòs e lá, por um determinado fato, ganhara a admiração do chefe de uma vila e recebera em casamento, a filha desse chefe. 
Òtòlú se torna o pai de Ábá Hànkò, que irá criar os impérios de Fita e de Savalu que, reunirá todos os Áízòs dessa região com a denominação de Mahuínos(Mahins). Antes da criação do Império Mahin, aconteceu a terceira migração do Tádò. Foi a dos Ájàs Ágàssúvís que vão criar Álàdá, Ábòmèy e Ájàxé(Porto Novo). Da reunião dessas três cidades estados surge Dahomé.
Òtòlú é muito confundido com o òrísá Òsóòsí dos yorubás porém, não possuem nada em comum a, não ser o fato de ambos serem caçadores. Tem como cores o azul turqueza ou em algumas casas o verde, como elemento a terra, como dia da semana a terça ou a quinta-feira e como saudação Áhò gbò gbò Òtòlú!!!
Texto: Mèjító Rômulo tý Dàn  -  http://africaobercodomundo.blogspot.com/