sábado, 25 de junho de 2011

COMIDA RITUAL - PARTE I


COMIDA RITUAL

ABARÁ: Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Yànsán, Obá e Ibeji).



ABERÉM: Bolinho de origem afro-brasileira, feito de milho ou de arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas.(No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Omulu e Osùmàrè). 








ABRAZO:Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê. 




ABALÁ é um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, inerentes aos orixás obá, Xango e Yewá, quando feita de massa de milho verde, ou da massa de carimã votiva ao orixá nanã. Este alimento ritual é muito apreciado pelo povo do santo e pela maioria dos nordestinos e chamado popularmente de pamonha de milho verde e pamonha de carimã. 

Abalá de milho O milho verde é ralado e à massa resultante é misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha" da própria casca do milho, atados nas extremidades. As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 15 minutos.


Abalá de carimã O aipim previamente descascado é submergido por um período de quatro dias para obter uma massa chamada de carimã, misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha de aguedé" (bananeira), atados nas extremidades. As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 25 minutos.





ACAÇÁ é uma comida ritual do candomblé e da cozinha da Bahia. Feito com milho branco ou vermelho, que fica de molho em água de um dia para o outro, e deve ser depois passado em um moinho para formar a massa que será cozida em uma panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. Este se adivinha quando a massa não dissolve, se pingada em um copo com água. Ainda quente, pequenas porções da massa devem ser embrulhadas em folha de bananeira já limpa, passada no fogo e cortada em pedaços de igual tamanho, para ficar tudo harmonioso. Colocar a folha na palma da mão esquerda e colocar a massa. Com o polegar dobrar a primeira ponta da folha sobre a massa, dobrar a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, fazendo o mesmo do outro lado. O formato que resulta é o de uma pirâmide retangular.
Todos os orixás recebem o acaçá como oferenda.







Acaça Amarelo: feito com farinha de milho vermelho enrolado na folha de bananeira da mesma forma que o acaça branco. É servido a Exu e Logun-Ede.


ACARAJE: comida ritual da orixá Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa
bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”.
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê ou azeite doce.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé.
O acará Oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, cercado de nove pequenos acarás, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. (Orum-Aye, José Benistes).


O acará de xango tem uma forma Ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato.
 Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos e seus adeptos.








ADO - é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente à Orixá Oxum.







AJABÓ  é comida ritual do Orixá Xango Ayra
É feito com seis ou doze quiabos cortado em “lasca”, batido com três clara de ovos até formar um musse, regado com gotas de mel de abelha e azeite doce. Colocado em uma gamela forrada com massa de acaçá ou pirão de farinha de mandioca, ornado com doze quiabos inteiros, doze moedas circulante, doze bolos de milho branco e seis Orobôs.
A mesma oferenda pode ser oferecida a outras qualidades de Xangô, todavia acrescenta-se azeite de dendê e substitui os doze bolos de milho branco por doze acarajés ou corta-se o quiabo em pequenas rodelas, com seis ou doze quiabos, em algumas casas com oito quiabos, coloca-se em uma tigela e acrescenta-se água fresca, bate-se com os dedos até ele espumar e ficar digamos ligado, a diferença que ele é ofertado em uma tigela ou uma gamela redonda.

AMALÁ: é comida ritual votiva do Orixá Xangô, Iansã, Obá. é feito com quiabos frescos, cortados em jogo da velha (#) levar ao fogo com tempero de camarao,cebola, gengibre ralados fritos no dende, ao corar o tempero jogar o quiabo, que não poderá ter sido molhado antes. Ir misturando sem por agua. Vai pingando vagarosamente gotas de agua, e batendo o amalá como se estivesse batendo um bolo, para que este cresça. Quando estiver bem cozido, servir em gamela forrada com pirao de farinha com dende. Este amala  serve apenas para Sango, no caso de Ayrá leva tudo acima, menos o dende e o pirao que forra a gamela é feito de farinha de acasá.
Aos Amalás poderao ser adicionados o Peito de boi cortado em cubos grandes, a rabada, a costela e a garganta, tudo do boi, para cada caso usa-se uma destas carnes. Rabada: prosperidade, Peito: justiça, Costela: feitiçaria, Garganta: casos de saúde. Sempre que for servir o amala de Sango deverá por ao lado uma vasilha branca com ajabó
continua.........

3 comentários:

Unknown disse...

Todas as comidas que eu vi nunca tentei nenhuma! Eu teria gostado de saber mais sobre comidas afro-brasileiros. Perto da minha casa há um delivery onde fazem Abará!

vando disse...

Adorei o site,muito bom que pena que não tem por exemplo as receita de abrazo,ado,abérem, abalo, etc.
Ficaria mais instrutivo e completo, mas mesmo assim maravilhoso o site... meus parabéns

Anônimo disse...

Ainda dentro da gastronomia sagrada do candomblé encontraremos:

- cocada (branca e preta);

- manjar branco;

- quindim;

- aboborá moranga;

- vatapá;

- lelé;

- suspiro;

- feijão de leite;

- efó;

- feijoada;

- farofa feita com a mesma massa do feijão fradinho que faz o acarajé;

- peixe assado na brasa, envolto em folha na folha da bananeira;

- mingau de farinha de acaça;

- espigas de milho assadas na brasa;

- arroz de hauçá;

- ovos de obá;

- cuscuz branco doce com coco;

- sarapatel;

- arroz doce;

- favas de Iemanjá;

- latapá;

- pirão de banana verde;

- paçoca;

- banana da terra frita;

- grão de bico;

- anderê;

- entre outras