sexta-feira, 8 de abril de 2011

XANGO/HEVIOSO/NZAZI - PARTE IX - NZAZI/KAMBARANGUANGE


TATETO NZAZI

Tateto Zaze, Tateto Kambaranguange, Tateto Mizaze, Tateto Loango, são alguns dos nomes do Inquice que se assemelha a Xangô, dos iorubanos.
Seu dia de culto é a quarta-feira e suas cores votivas são o vermelho e o branco. Usa machado duplo, coroa, braceletes, pulseiras, brincos, tranças e um chocalho que produz um som semelhante ao da chuva ao cair sobre a Terra.
Apesar de não ser defensor do sincretismo, registramos que no Brasil ele é comparado há alguns santos da igreja católica, tais como: São Jerônimo, São Judas Tadeu, São João, São Pedro e São José.
Sua saudação no Angola é: A-KU-MENEKENJI USOBA NZAJI – NZAZE (Salve o Rei dos Raios – Grande Raio).
Algumas são suas comidas votivas. Dentre elas citamos: milho verde com quiabos; quiabos cozidos em dendê, temperado com camarão seco, carne de peito e cebolas; rabada; milho assado; canjica; acarajé e outras.
Os animais de preferência deste Inquice são: cágado, bode, galo, garrote, carneiro, pato e leão (estes dois últimos sem prática no Brasil).
Quanto as frutas oferecidas a Zaze, citamos aquelas que são de muito agrado deste Inquice: maçã ácida, fruta-de-conde e caqui.
Seus elementos naturais são o fogo, a pedra-de-raio, o meteorito, o trovão e as pedreiras. No que diz respeito as favas de sua preferência podemos citar o alibé e o andará. As flores são: cravos brancos e vermelhos, palmas brancas e palmas vermelhas.
Se formos traçar um arquétipo dos filhos de Zaze podemos deizer que são fisicamente robustos, o queixo forte e voluntarioso, pescoço curto, boca carnuda e sensual. Violentos, orgulhosos, porém sua agressividade não é gratuita: eles se voltam contra os maus, pois seus filhos são paladinos da Justiça. São pessoas voluntariosas e enérgicas, afetivas e conscientes de sua importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes Senhores, corteses, mas que não toleram a menor contradição e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e encanto no descenso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites das decência. Enfim, o arquétipo de Zaze é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas obrigações, os que as leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça. Seus filhos não toleram mentira, desonestidade e corrupção. Costumam ser valentes e severos.
Atribui-se aos iniciados de Zaze um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma tendência à obesidade. Por outro lado, essa tendência é acompanhada por uma estrutura óssea bem desenvolvida e firme como uma rocha. Talvez seja atarracado, com tronco forte e largo em oposição à altura. De qualquer maneira, o arquétipo reservado para Zaze se aproxima a figura patriarcal do “déspota esclarecido”, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de possuí-lo, mas julga todos segundo um conceito escrito e sólido de bem e mal, ou seja, apesar de certa tendência autoritária, ele a canaliza de maneira ética, sendo variável no humor, mas capaz de conscientemente cometer uma justiça.
Os filhos de Kambaranguange, são basicamente justos, ponderados, energéticos, amistosos, falastrões, vaidosos, invejosos, teimosos, ambiciosos, fortes (física e moralmente), estourados, gananciosos, afeitos à engenharia e ao direito, sedutores, coerentes consigo mesmo, grandes escritores, infiéis, ciumentos, valentes, cruéis, “bom vivants”, gulosos e inteligentes. Têm tendências a serem hipertensos e suas conseqüências, além de nevralgias, tensão e problemas de impotência sexual, infertilidade masculina e de queimadura.
Zaze, Deus do Trovão, e também da Justiça. Poderoso, pode fulminar os injustos com sua pedra de raio. Representa também a sedução masculina. Inquice que traz a riqueza e o discernimento intelectual aos homens.
Uma coisa interessante de se observar é quanto ao seu animal votivo, o carneiro, cujos ataques que ele desfere são comparáveis à violência do raio e tem seus chifres em espiral como o fogo. É um Inquice libertino, turbulento, vermelho e quente e destaca-se pela intensa atividade sexual. Gosta do sacrifício do cágado, que multas vêzes é chamado seu cavalo, de galo e de pato. Sua possessão uma explosão, de alegria, sua dança é vigorosa e bela e seus filhos saúdam-no com palmas e fogos. Seus objetos sagrados são a dupla machadinha e a capanga de couro.
Zaze é um Inquice viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma uma casa atingida por um raio é uma casa marcada por sua cólera. Essas pedras são consideradas emanações do Inquice e contêm o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é denominado, em parte, sobre suas pedras de raio, para manter-lhes a força e o poder. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo sacrifício mais lhe convém. Fazem-lhe, também, oferendas de quiabos e iguarias preparada com farinha de inhame, regada com molho feito com este legume. É, no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos, constituindo-se como quizila, também, para seus iniciados. Uma outra quizila deste Inquice são as folhas e frutos da jabuticabeira, o guando (ervilha-de-angola), as doenças e mortes, o sal, o jenipapo e a banana d´água, finalmente, o dikezu (obi).
Zaze é um Inquice de grande importância nas Casas de Angola, principalmente quando se fala no culto à cumeeira. Normalmente deve ser assentado sete dias antes da iniciação de seu filho e sem o sacrifício de cágado neste momento, sendo que na morte de seu filho, nunca deve ser despachado, independentemente de ter cargo ou não na Casa.

Outra descrição de NZAZI
 
Entre os Tshokwé, o Mahamba Kalumbo ka Nzaji é considerado como “Njize” (estrangeiro/emprestado) e sua composição é a seguinte: um tronco bifurcado de árvore um cabo de machado amarrado ao mesmo tronco; o cabo de uma enxada, implantado na base do tronco em questão; em torno do qual há pedras e uma cabaça contendo um Itumbo filtro mágico. Este Hamba protege contra as doenças dos olhos, muitas vezes causadas pelo espírito estranho Kalumbo.
Entre os Quiocos, Nzaji é conhecido como uma divindade que representa a punição, lança seus raios como cães farejadores sobre os ladrões e, quando uma pedra proveniente do raio é encontrada, utilizam-na para confeccionar pontas de flecha e lança com o poder de atingir o alvo. Se uma árvore é atingida, é considerada consagrada e de lá tiram lenhos para a confecção de amuletos.
Dentre os Quiocos, um feitiço conhecido e temido por todos, é o “Feitiço Kuba” (feitiço do raio), que até o próprio possuidor do feitiço usa uma pulseira com pele de largato d’ água, pois este nunca foi atingido pelo raio.
Este feitiço é originário do povo Kuba, da região do alto Kassai (no Zaire) e, após ter sido denunciado às autoridades, foi depositado no museu do Dundo.
Crê-se que, para punir aqueles que desobedecem às forças divinas, os raios, os trovões e as tempestades descem irregularmente a terra, provocando incêndios, inundações e a morte em sinal da sua cólera. O feitiço Kuba consiste em desviar a faísca sobre uma habitação, pessoa ou grupo de pessoas que não pagam as suas dívidas.
Muitas vezes entre os povos Bantu, Nzaji é representado por um disco de madeira preso a um mastro, pintado de vermelho e branco, ou seja, Mukundu e Pemba, estando preso nele um chifre que contém filtros mágicos e serve de escudo para o raio, tempestades e projétil.
Na província do Sundi, a treze léguas de são Salvador/ Kongo, encontra-se um representante de Nzaji, o Nganga Nzaji, que professa a arte de curandeiro, com a ajuda do oráculo Ngombo, provavelmente cargo exercido por pessoa atingida pelo raio e, daí em diante, possuída por dons especiais.
É entre os Umbundos que a divindade Nzaji, é tido masculino, no qual o raio representa o macho penetrando a fêmea terra. É uma divindade também da fertilidade, representada pelo machado de pedra duplo, que simboliza o poder destruidor e criador da divindade. Aquele que tem o machado do raio tem o poder do mesmo.
Alguns povos Bantu, criadores de gado, ofertam leite ao raio “Nzaji” para preservar seu rebanho, pois dizem que Nzaji vem em busca do leite, causando assim a morte do animal. Depois de ser atingido pelo raio, o animal não poderá servir de alimento para as tribos, pois agora pertence à divindade Nzaji.

Qualidades

KAMBARANGUANGE ARÁ
ZAZI MOBONA - Semelhante a Baru - fica ao tempo, em local sem cobertura
MAKUDIANDEMBU
LUANGO - Branco - semelhante a Ayrá Osi.
LUVANGO - Vermelho - semelhante a Ayrá Bonan
ZAZI KINAMBO
ZAZI MAKULE
ZAZI NGUELE
ZAZI KIANGO
NJEREWÀ
ZAMBELE
MASSANGANGA
KARIOLÉ
MONAKAIA - seria filho de Kaiala
ZAMBARA
KATUBELANCI - Come com Kavungu






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