Entre os praticantes do Vodu Fon, Gu é o senhor do ferro e das guerras, aquele que tornou o mundo habitável. Por isso suas atribuições são inúmeras:
Vodu da guerra, do fogo, da metalurgia, dos ferreiros, da morte violenta, protetor dos circuncidados, da cirurgia, das incisões e escarificações. É o vodun da tecnologia. Tem semelhança com o orixá Ogum dos Iorubas.
O seu culto foi introduzido ao sul do Daomé no final do século XVII, por ferreiros e sacerdotes iorubas.
Com o tempo tornou-se bastante popular, sendo bastante cultuado nos seus templos e casas de culto, além de ter seus oratórios em quase todos os outros locais de culto de voduns.
De acordo com Verger:
“Para os Fon do Daomey, Gun desempenha o mesmo papel que Ogum dos iorubas, mas, como Odùduà, é desconhecido em Abomey, Gun ai, é considerado o filho de Lisa e Mawu, versão fon de Orìsàálá e Yemowo. Maximilien Quénum o compara a Legba e assinala sua presença diante das forjas. Christian Merlo indica que "todos os templos" têm seu Gun, cuja virtude é fortificar o vodun."
Seu emblema principal é o Gubassá, uma adaga metálica adornada com desenhos, utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fá.
GUBASA
A principal arma de Gu é o sabre, o Gubasa. É um instrumento mortalmente cortante e contundente. Os desenhos gravados sobre a lâmina, possuem um sentido que evoca a memória de Abomé. Da mesma forma o circulo e o losango sobre a extremidade da faca que assinalam a parte onde a lamina é mais perigosa. O triangulo recortado no canto da parte cortante chama-se azan yiyi, mi do xa mi, cabo de árvore, me ajude !
É a súplica das pessoas que temem a ira de Gu e o fio de sua lâmina. O triângulo oposto e o losango abaixo propiciam o poder conhecido como ace, ou a capacidade de vencer uma missão. A argola ou cintura aonde o cabo do sabre é afixado chama-se blabla na lingua fon. O Gubassá também é conhecido e utilizado no vodu haitiano.
Gudaglô
O Gudaglô, facão de tamanho menor, é um outro emblema, símbolo de proteção e defesa contra os inimigos.É um facão como o gubasa, porém sem desenhos gravados. Essa também pode ser a representação do zonkpè, o martelo da bigorna. Na iconografia fon, é representado segurando estes dois sabres, o Gubassá na mão direita e o Gudaglô na mão esquerda. Nas danças seus vodunsis (iniciados) seguram o Gubasá na mão direita e o adjá na esquerda.
Akansanwu
A vestimenta de Gu, é a tunica em faixas de algodão tecido, isso está sugerido nessas imagens de ferro. A forma se estreia nos ombros e se alarga no corpo.
Alingle
As ferramentas do deus daomeano, Gu
A imagem que os daomeanos apresentam do seu deus Gu, é uma estatueta de um homem de ferro segurando o facão e usando uma coroa sobre a cabeça.
Coroa de Gu
Essa coroa que ele carrega sobre a cabeça é formada por varias ferramentas que representam os seus atributos. Carregar sobre a cabeça não é algo aleatório na sua representação. A cabeça é o lugar por onde o vodun toma posse de seus adeptos.
Entre esses deuses, há os ta-vodun, carregados sobre a cabeça, e outros sobre os ombros.
Sendo Gu um guerreiro absoluto, sua função é estar em permanente prontidão, para qualquer tipo de combate. Sendo assim, nenhuma de suas armas podem lhe faltar. Essa coroa também é um Asen, altar movél, que se fixa sobre a terra.
Asen - Os acessórios do altar-coroa de Gu
1. Sosivi - o machado de Heviossô, um dos grandes deuses vodu, o do trovão. A forma desse machado assemelha-se com as dos Oshe Xangô dos iorubás. Tal como nas estatuetas desse deus, em que os cabelos das jovens é penteado em forma de machado duplo, sendo associadas por esse motivo à força do relâmpago e da fecundidade. Heviossô confunde-se com Xangô, o primeiro orixá, deus dos iorubás. Foi um antigo rei de Ifé, divinizado pelo povo. Guardião da ordem no pais vodum, aquele que persegue e fulmina os assaltantes.
2. Kponuhwan - bastão com ponta de lança.
3. Dan xèlè - símbolo ou ferramenta específica de Dan, outra divindade do vodum. Nesse panteão Lissa é um camaleão, Heviossô um trovão e relampago e Dan é a serpente piton e o arco-iris.
4. Nutonu - buril
5. Hwi : facão
6 - Alin - enxada
7. Kponuhwan ken non : dardo ou arpão.
8. Atakla - garra, arma para a luta corpo-a-corpo.
9. Glankpazunvazunva - podadeira. Esse nome significa literalmente glankpa : foice --zun : mato -- va : corta. É um instrumento usado para desbastar , mas que também serve de arma.
10. Mlen - anzol
11. Alingle- é o adjá, sineta de percussão usada pelos bokonon, sacerdotes- adivinhos de fa, o grande ancestral dos orixás iorubás.
O adjá é fixado na coroa com uma corrente.
Ogum Africa
Direitos autorais fotos Ó Nicolas - Desenho Garnier
JEJE
Existem varios Voduns pertencentes a linhagem de Togun, Vodum Guiugu é o mais velho deles que assim como outros participou de varias batalhas, donde se saiu vitorioso. Alguns Toguns:
VODUM HOÊ NAVAN - VODUM HOBÊNAN (ligado a agricultura) - VODUN NAGOEGIZÔ, esse alem de guerreiro é caçador, irmao de Vodum Loguem - o caçador - VODUM HUNTOBIAN
........Ogu (Ogu dentre os hula; Gŭ entre os fons; Ogun entre os nagôs; Ogum no Brasil)...... É a primeira divindade reverenciada antes de qualquer cerimônia para se garantir o bom êxito das mesmas. Recebe suas oferendas e libações no fogo, na terra, no ar ou na água, conforme a determinação do Fá (Ifá) ou do vodum. Doenças de pele que trazem a sensação de estar queimando, urticárias, e outras, estão relacionadas com este vodum quando associado ao fogo.
Seus filhos em geral denominados oguvi tem o arquétipo de pessoas destemidas, batalhadoras e generosas, e quase sempre passam pela mesa de cirurgia. Seus iniciados são os ogusi (ogunssi), e ogusivi para o iniciado mais jovem, já os filhos dentro do culto em outros cargos são denominados de ogujo (ogundjô em português), o mais velho ogujogan, e o mais novo ogujovi. Os ogusi respeitam o vodún sù (a proibição do vodum) de comer carne de animais abatidos por acidentes, carne seca ou salgada, bacalhau seco, peixes e crustáceos secos ou salgados, que Ogu não aprecia, e os hulas guardam as sextas-feiras para cuidar de seu fetiche que fica sempre depositado à entrada de uma cidade, casa ou templo, em um huntigomε (huntigomé é uma árvore que lhe pertença, como é o hunmatin, Ahoho ou Akoko) e atin sá (aos pés desta árvore em templos, ou em entradas de vilas e cidades como tovodun, o Togu), ou em seu gubaji (gunbadji) ou oguxɔ (oguho, seu quarto sagrado).
Os fons lhe dedicam a terça-feira (gùzangbè) e o domingo para todos os voduns, e principalmente sendo um alintin (coincidir com um dia sagrado).
Das doze divindades populares do culto yεhoué dos hulas, Ogu e Ahwanba (que se tornou Dangbé em Ouidah porquê veio dos adangbe) são as que mais se destacam nas cerimônias e festas, Ogu recebe sua reverência sempre no início das mesmas. (parte do texto postado por Ifabimi- Papo informal)
Seus filhos em geral denominados oguvi tem o arquétipo de pessoas destemidas, batalhadoras e generosas, e quase sempre passam pela mesa de cirurgia. Seus iniciados são os ogusi (ogunssi), e ogusivi para o iniciado mais jovem, já os filhos dentro do culto em outros cargos são denominados de ogujo (ogundjô em português), o mais velho ogujogan, e o mais novo ogujovi. Os ogusi respeitam o vodún sù (a proibição do vodum) de comer carne de animais abatidos por acidentes, carne seca ou salgada, bacalhau seco, peixes e crustáceos secos ou salgados, que Ogu não aprecia, e os hulas guardam as sextas-feiras para cuidar de seu fetiche que fica sempre depositado à entrada de uma cidade, casa ou templo, em um huntigomε (huntigomé é uma árvore que lhe pertença, como é o hunmatin, Ahoho ou Akoko) e atin sá (aos pés desta árvore em templos, ou em entradas de vilas e cidades como tovodun, o Togu), ou em seu gubaji (gunbadji) ou oguxɔ (oguho, seu quarto sagrado).
Os fons lhe dedicam a terça-feira (gùzangbè) e o domingo para todos os voduns, e principalmente sendo um alintin (coincidir com um dia sagrado).
Das doze divindades populares do culto yεhoué dos hulas, Ogu e Ahwanba (que se tornou Dangbé em Ouidah porquê veio dos adangbe) são as que mais se destacam nas cerimônias e festas, Ogu recebe sua reverência sempre no início das mesmas. (parte do texto postado por Ifabimi- Papo informal)
8 comentários:
OI queria muito saber o que o bode significa na religião Vodum!
Ouvi dizer que signigfica que é Diabo!
Não sei se é verdade, vim aqui justamente pra isso!
Não é verdade. Este simbolismo do bode ser associado ao diabo não tem nada haver com a nossa religiao. Em algumas culturas podemos ver o BODE, REPRESENTAÇÃO DO DIABO. Por que? Em muitas mitologias os demônios ou divindades perversas são representadas pelo bode, em seu habitat.
Os antigos judeus conheciam este simbolismo, recebido das mitologias circunvizinhas. Se’irim geralmente pode ser traduzido por bode. Habitam os lugares altos, os desertos, as ruínas... No Gênesis se diz que os filhos de Jacó degolaram um bode para com seu sangue manchar a túnica de José (Gn 37,31).
O termo vulgar bode é designado pela mesma palavra que se emprega em outras partes para designar um sátiro. A palavra hebraica sa’ir significa propriamente o peludo e se aplica tanto ao bode como a qualquer outro sátiro, demônio ou divindade inferior, na mentalidade popular.
Utilizamos sim o bode como elemento sacrificial,como em tanta outras culturas. O sacrifício não é sinônimo de barbarie, está relacionado a ritual sagrado, no Candomblé, sacrificar significa ampliar, acumular e distribuir a força vital e chamamos esta forca de Axé.
Então vc me da um texto pra eu chegar na mesma conclusão!!!
Pra ser sincera não entendi.
No Gênesis se diz que os filhos de Jacó degolaram um bode para com seu sangue manchar a túnica de José (Gn 37,31).
Vc mesma colocou uma frase da bíblia pra dizer que o bode é sujo (sangue do bode suja e de um cordeiro salva:porque isso ta na biblia) então o bode seria o contrario do cordeiro???
Se tiver paciência me esclareça!
Se for verdade, esqueça!
O bode é um deboche ao Cordeiro de Deus!
Lais creio já ter respondido a sua dúvida. Em relação ao bode ser sujo e o cordeiro salvar, são conceitos de outra religião, não tenho nada a declarar, pois o assunto alvo do meu blog é a Tradicional Religião Africana.
O grande problema do Candomblé no Brasil, é a falta de informação desta população em relação à outras culturas e suas tradições religiosas. Ainda bem que o Candomblé não tem intenção de convencer a ninguém, muito menos ser a única opção de verdade. A Bíblia não é, e nunca será parâmetro para se estudar outras culturas religiosas. Suas "verdades" contradizem suas próprias escrituras.
Hunso Kolofé e parabéns pelo blog!
Kolofe Doté!
Obrigada pelo carinho.
O que o bode teria em comum com com o diabo? Seriam os chifres?
Entrar num blogger de outro segmento religioso para tentar denegrir sem conhecimento e propriedade do que se fala é melhor o silêncio; sinal inclusive de RESPEITO que é a base de tudo, pois o propósito da Religião Africana, ou melhor de qualquer escolha religiosa séria não deve ser o de atrair adeptos e nem de dados estatísticos relevantes,pois antes de tudo devemos ter nossa opção religiosa por AMOR.
RELIGIÃO NÃO EXISTE COM A FINALIDADE DE DIVIDIR. ISSO ESTÁ NA CABEÇA DAS PESSOAS E NOS CORAÇÕES DOS HOMENS MAUS. NÃO EXISTEM CÉUS PRIVADOS!
Segundo Dalai Lama, quando perguntado qual seria a melhor religião, com muita sabedoria respondeu: - A MELHOR RELIGIÃO É AQUELA QUE O TORNA UMA PESSOA MELHOR.
Lamentavelmente,a evasão que se dá por parte de alguns ex-seguidores para outras comunidades,dá-se,principalmente pela falta de estudo, pela mistificação e pela falta de compreensão da vedadeira Religião Africana e do mau emprego da mesma,muitas vezes praticado por esses mesmos ex-seguidores.
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