domingo, 9 de maio de 2010

OGUM/GU/ROXEMUKUMBE - PARTE IV - OGUM NA UMBANDA


Ogum



Ogum representa a energia primária, causadora das transformações. Na Umbanda manifesta-se como um guerreiro. Esta é uma das divindades ou orixás que trabalham dentro das sete llnhas da Umbanda. A estas linhas estão subordinados todos os Guias falangeiros que trabalham de acordo com sua vibração original, atendendo ao postulado maior conclamado pelo caboclo das sete encruzilhadas.
Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer).
Reino: Orixá sem reino específico, que atua na defesa de todos os reinos em função. A Energia de Ogum está em todos os lugares. 
Dentro da Linha Espiritual de Ogum, na Umbanda, trabalham muitos Espíritos que controlam essas lutas, que são conseqüência direta da Lei de Causa e Efeito, reajustando tudo dentro da Grande Lei, por isso Ogum se manifesta como um soldado, cumpridor da Lei.
Ogum é um dos orixás mais importantes e responde por toda uma Linha de espíritos. Seus caboclos são invocados por aqueles que necessitam de ajuda mística em alguma disputa ou demanda judicial. É o guerreiro, general destemido e estrategista, desbravador e protetor dos desamparados, além de ser o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente e valente, traz na espada tudo o que busca. As cores de suas guias variam conforme a região e influências do candomblé ou do batuque.Na Bahia azul-marinho ou verde, no Rio Grande do Sul, são verde, vermelho, branco (e em alguns terreiros estas associadas ao preto sendo que no caso de Ogum Beira-mar, verde, vermelha, branca e azul claro). A grande parte dos umbandistas  utiliza a cor vermelha para guias e velas dedicadas a este orixá. Sua bebida energética é a cerveja branca.

Em linhas gerais o médium, quando incorporado de um falangeiro de Ogum, costuma se apresentar como um soldado, com capa vermelha, capacete, escudo e espada, simbolizando a luta e a defesa.
Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execução e cobrança do carma de cada indivíduo ou grupo, daí serem soldados.



FALANGES DE OGUM

1. OGUM BEIRA-MAR  - Na areia do mar é conhecido como Beira-Mar e nas ondas é Ogum Sete Ondas. Suas cores são vermelha e branca. Atua na ronda da Calunga Grande (mar, oceano) e no reino de lemanjá. As oferendas são feitas na areia molhada, sobre um pano branco com bordas vermelhas.
Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-clara.
2. OGUM ROMPE-MATO - Esta falange costuma trabalhar cruzada com Oxossi, nas matas e nas pedreiras, onde também é conhecido como Ogum das Pedreiras, trabalhando cruzado com Xangô. Suas cores são branca e vermelha, algumas vezes verde e vermelho, combinando com o branco. As oferendas para Ogum Rompe-Mato devem ser feitas na entrada da mata; Ogum das Pedreiras recebe suas oferendas em volta de uma pedreira.
3. OGUM MEGÊ - Sua falange trabalha na Calunga Pequena (cemitério), na calçada que o cerca, diretamente com as almas. Suas cores são branca e vermelha e suas oferendas devem ser feitas em volta do cemitério.É colaborador de Iansã; seu nome significa “Sete”. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas.
4. OGUM NARUÊ -  Trabalha basicamente no des­manche da magia negra, dentro da Linha das Almas, exercendo seu domínio sobre as almas quimbandeiras. Suas cores são branca e vermelha.  Seu nome significa “Aquele que é o primeiro a gerar valor”.  Aceita suas oferendas com Ogum Megê ou, ainda, dentro ou fora dos cemitérios ou nas matas em lugares propicios para estes rituais, nas cores branca e vermelha. Alguns incluem uma pedra-ímã nos itens a oferecer-lhe.
5. OGUM MATINATA - Defende os campos onde são feitas as oferendas para Oxalá, bastante comuns em colinas floridas. Não há muitos médiuns que conseguem tê-lo como Guia, pois é bastante difícil de incor­porar. Suas cores são branca e vermelha, predominando mais o branco. Suas oferendas devem ser entregues em campos com muitas flores. Apesar de guardar as oferendas de Oxalá, não vibra diretamente com o mesmo.
6. OGUM IARA - Esta é a falange que trabalha nos rios, lagos e cachoeiras, grande colaborador de Oxum. Suas cores são branca e vermelha e também, algumas vezes, verde e vermelho, simbolizando a mata. Suas oferendas devem ser feitas em rios, lagos e cachoeiras.Seu nome significa “Senhor”, trabalhando para Oxum. Suas oferendas deverão ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.

7. OGUM DELE (ou de Lei) - Traz consigo a vibração pura de Ogum e trabalha para todo o planeta. É a própria Lei regendo os reajustes cármicos. Suas oferendas podem ser feitas em qualquer lugar do mundo, acrescida de uma vela oferecida ao tempo.Seu nome significa “Aquele que Toca o Solo”. São eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.

Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jorge, tem o seu dia comemorado em 23 de abril.
Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: terça-feira
Planeta: Marte
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
Suas vestes : são roupas vermelhas e brancas, com uma capa vermelha. Fica a critério do médium o uso do capacete.

Planta : Espada de São Jorge
Flor : Palmas brancas e vermelhas
Local : Humaitá e campinas, beira de trilhos do trem.
Símbolos : espada e lança, além do escudo.
Saudação : Ogum Inhê meu pai! Patacorê Ogum !

OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).

Oferendas: todas as falanges citadas recebem velas nas cores indicadas, cravos vermelhos (alguns aceitam cravo branco também), cerveja branca, ou, menos comum, vinhos, charutos e fósforos, sobre um pano branco.


Oferenda para o Orixá Ogum realizada na Praça de Ogum no Santuário Nacional da Umbanda - Abril de 2010 - Foto: Direitos reservado à Pai Evandro de Ogum
http://www.flickr.com/photos/evandrodeogum/

EU PEDI A OGUM

Eu pedi a Ogum, para retirar os meus vícios.
Ogum disse: Não!
Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.
Eu pedi a Ogum , para fazer meu filho aleijado se tornar completo.
Ogum disse: Não!
Seu espírito é completo, seu corpo é apenas temporário
Eu pedi a Ogum para me dar paciência.
Ogum disse, Não!
Paciência é um subproduto das tribulações; Ela não é dada, é aprendida.
Eu pedi a Ogum para me dar felicidade.
Ogum disse: Não!
Eu dou bênçãos; Felicidade depende de você.
Eu pedi a Ogum para me livrar da dor.
Ogum disse: Não!
Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.
Eu pedi a Ogum para fazer meu espírito crescer.
Ogum disse: Não!
Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dês frutos.
Eu pedi a Ogum todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
Ogum disse: Não!
Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas.
Eu pedi a Ogum para me ajudar a AMAR os outros, como Ele me ama.
Ogum disse: . Ahhhh, finalmente você entendeu a idéia.. Muita Luz!
Autora: Renata de Oxossi

7 comentários:

Evandro Fernandes disse...

Ótima matéria sobre Ogum e suas falanges na Umbanda!
Sinto-me honrado em poder contribuir com a foto da oferenda ao Orixá Ogum que realizamos no Santuário Nacional da Umbanda.
Disponha sempre!
Que Oxalá lhe abençoe!

Visite o blog:
http://evandrodeogum.blogspot.com

Hunso Sueli de Vodun Abe, Apetebi Osalofogbe disse...

Obrigada Pai Evandro! Já visitei seu blog e é muito bonito, pois mostra a nossa querida Umbanda lindamente.
Axé!

Anônimo disse...

vcs são malucos

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

sei o quanto é importante o discernimento, porisso pergunto: por que sempre voçes se referem ao rio de janeiro como base para umbanda? as outras regiões ,principalmente a bahia ,nao contam? e olha que eu nao sou baiano...

Hunso Sueli de Vodun Abe, Apetebi Osalofogbe disse...

Desculpa mas eu não fiz nenhum comentário a respeito da Umbanda. O post se refere a Ogum na Umbanda. Falando apenas que, sincreticamente, Ogum no Rio de Janeiro, é louvado como São Jorge. Na Bahia Ogum é Santo Antonio. E como São Jorge é o mais reverenciado, citei o Rio de Janeiro, apenas isso.Para esclarecimento, a Umbanda começou sua disseminação no Rio de Janeiro sim, em 1908, por Zélio de Moraes.Por volta de 1930 e 1937 foram criadas diversas tendas umbandistas, no dimensionamento doutrinário da Linha Branca, sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas também em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Alagoas e Bahia, que foram fundados direta ou indiretamente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, incluindo outros que descendem dos originais. E por ai vai. A história é longa.

Asé pra vc!

Anônimo disse...

Saravá! Agô! Axé!