segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ALGUNS EXUS NA UMBANDA E SUAS CARACTERISTICAS

 ENCRUZILHADAS

As encruzilhadas na umbanda simbolizam o encontro entre os diversos caminhos que podemos percorrer. Nas encruzilhadas, todos se encontram,todas as energias se cruzam. é um local, tanto no físico, quanto no astral saturado de poderes energéticos. é associada com frequência ao conteúdo simbólico da porta, ou seja ao acesso às diversas frequências vibratórias. por isso também pode simbolizar a passagem para algo novo ou os portais mágicos que se abrem para novas dimensões.

Exu e Pombagira - Senhores das Encruzilhadas.
Na umbanda, não se cultua exú como orixá, e sim como espírito de um humano, servem ao comando de todos os orixás. E as pombas giras que também são espíritos guardiões, e que trabalham as mesmas questões e demandas que os exús guardiões, ficaram também responsáveis pelas "encruzilhadas". Para que houvesse uma ordem metodológica, à elas coube o domínio maior sobre as encruzilhadas em forma de "t" e "y". Mas, exús e pombas giras estão presente em todos os caminhos e em qualquer tipo de encruzilhadas.
Exu e Pombagira são espíritos em busca de evolução e compromissados com a espiritualidade superior, que falam em perdão, em Lei, em ação e reação, em fé e em Deus, assim como um espírito de preto-velho ou caboclo.
Exu é um ser de luz, possuidor de grande astúcia e perspicácia, sabe exatamente como identificar os pontos fracos dos seres humanos e isso não tem nada a ver com malandragem.
Exu em Yorubá significa ESFERA, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.
Exu é principio de tudo, e junto com o Orixá Ogum é aquele que permite a abertura de todos os caminhos e de todas as passagens. É também a saída de todos os problemas. Exu é o vigor e a coragem. Exu é dual, pois é a vitalidade e a desvitalidade; a verdade e a mentira, é esgotador e ativador de carmas. Exu é o ponto mais obscuro do ser, pois é o nosso próprio interior. É o mais humano dos Mistérios, é o Mistério que mais se humanizou. Exu escreve reto em linhas tortas, escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas. Exu é fator Revelador, aquele que vê o negativismo dos seres, aquele que sabe e revela tudo, mas não se envolve com nada que não seja permitido pela Lei de Ogum.
Esses atributos é que levam a incompreensão e o temor dos seres humanos em relação a Exu, afinal Ele conhece o lado obscuro dos médiuns e dos consulentes.

Exus estão divididos em 3 grandes linhas: Cemitério, Encruzilhada e Estrada


Exus do Cemitério: É formada por Exus sérios, em sua maioria servidores de Omulu (Rei do Cemitério). Não costumam dar consulta, se apresentam principalmente em grandes obrigações, trabalhos e descarregos.
Ex: Sr. João Caveira; Sr. 7 Cata­cumbas; Sr. 7 Facas; Sr. 7 Ossa­das; Sr. Quebra Ossos; D.Maria Quitéria; D.Rosa Caveira, etc



EXUS DO CEMITÉRIO



Tatá Caveira é um exu, ou seja, uma entidade que trabalha na Umbanda, através da incorporação de médiuns. Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Como entidade, o Chefe-de-falange Tatá Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Tatá é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco. No entanto, Tatá Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo. Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros.





Sete Catacumbas, bravo, nervoso, bondoso, não tem misericórdia de espíritos que atrapalham o sossego alheio, no entanto é um fiel protetor e grande conselheiro de todos que queiram fazer do seu mundo um lugar melhor pra se viver. Esse poderoso Exú da Umbanda, Kimbanda e Candomblé, conhecido no Catimbó como Mestre 7 Catacumbas. Onde ele fica pode ter certeza não fica um egum por perto. Uma característica muito impressionante é que quando ele vai embora arrasta consigo tudo de ruim que houver no terreiro.






Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma Rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.
Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exu Caveira e Tatá Caveira.
Seu ponto de força, é no cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas.
Sua Flor preferida é Rosa Amarela.
Sua guia é, preto e branco ou amarelo e preto.
Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe (avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa Caveira.


Exus da Encruzilhada: Esta linha é formada por Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também de participar em obrigações e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) da linha do cemitério, são os que chamamos de "Encruza pesada", enquanto outros se aproximam mais da linha da estrada, "Encruza leve".

Ex: Sr.Tranca Rua; Sr. Veludo; D. 7 Encruzilhadas; Sr. 7 Encruzilhadas; D. Maria Mulambo; D. Maceió; Exú 7 ventanias etc...


EXUS DA ENCRUZILHADA

Exu Tranca Rua - O Senhor de Mbaré: Senhor do mundo espiritual onde está sua origem e sua morada. Tem duas formas de se apresentar no mundo espiritual e popular: A primeira é da vinda desta entidade como mago, feiticeiro e bruxo ao mundo dos mortais para ser útil a quem da magia tem necessidade para alcançar seus objetivos. Este mestre mago feiticeiro, Rei do mundo espiritual vem ao mundo físico e se apresenta como  Exú Tranca Ruas da Almas. Ele tem o poder de fechar e abrir os caminhos para o ser humano e também de ter as almas perdidas sem luz como escravos para prestar-lhe reverencias e fazer o que ele ordenar. Este é um dos motivos pelo qual ele foi enviado aqui no plano físico, para pegar as almas perdidas, formar seu Exército para lhe servir e também formar uma hierarquia para que todos as almas perdidas fossem transformadas em seu exército, e desta forma encontrem o caminho novamente para a luz através dele mesmo, podendo assim vigiar, receber as oferendas que são depositadas nas ruas de qualquer cidade aonde Exú Tranca Rua tem o poder absoluto ( o Reino das Ruas ). Essa entidade protege a entrada das casas , nada se movimenta ou sai de uma casa para as ruas, nada chega ao seu destino de origem como nas matas e outros locais fora da cidade sem que antes sejam realizadas oferendas á Exú Tranca Rua.
Obs.: Esta entidade é a que mais possui conhecimento para indicar amuletos na cabaça e outros apetrechos para ser colocado como segurança na entrada dos estabelecimentos comerciais e nas residências, que servem contra inveja, feitiços, pragas, demandas, etc...  Tem como seu curiador bebidas finas de malte envelhecido, adoração pelo luxo, pedras preciosas, pratarias, porcelanas, e antiguidades valiosas. Recebe padê como todas as entidades,  alimentos de carnes preparados dentro do templo pela pessoa específica do cargo e encarregada de faze-lo.  Seu vestuário é cartola sofisticada de época, sua capa varia nas cores azul turquesa, roxo e negro tendo contrastes em vermelho decorada de safira de preferência amarelo dourada que simboliza sua riqueza e a presença de seu reino. Geralmente solicita para seu conforto tronos entalhados em madeira e marfim é extremamente educado e fino, poderoso e sinistro é uma entidade muito melindrosa nunca solicite os seus serviços sem de fato ter certeza do que deseja porque os seus trabalhos são alta magia e muito eficazes.



Exú Veludo Pertence à Linha das Encruzilhadas.É assistente imediato do Exu Rei das 7 Encruzilhadas.Obedece á Ogun.Seu ponto de força é no lado direito da margem do rio em relação ao por do sol. Um outro detalhe observado e que gostam (mas não fazem disso uma constante, talvez devido o ambiente onde está o médium) é o de fazerem os seus médiuns trabalharem descalços e, quando Exus Veludos caminham, dão a impressão de que estão amassando e/ou pisando sobre areia. Recebe oferendas de trabalho na beira da água, tanto doce como salgada.Sua forma astral é na forma de um cavalheiro ricamente vestido, aparecendo entretanto como característica dissonante de sua personalidade.
Veste-se elegantemente de vermelho e preto, também com capa nessa cor.Bebe todos os tipos de bebidas finas e fortes e fuma charutos de boa qualidade. A origem do nome é bem antiga, do tempo em que as pessoas de fala mansa, calma, tranqüila, eram lembradas como: "tal pessoa é um veludo no falar".Portanto, a onomatopéia da voz desse Exu se confunde com uma qualidade de voz aveludada.Onde incorpora um Exu Veludo, fatalmente incorpora também o Exu dos Rios, possuindo ambos identidade e apresentação quase idênticas Apesar de ser "um veludo" no falar, é uma entidade muito forte.Protege por demais os seus médiuns, e exige muito deles para a manutenção dessa ligação médium/Exu Veludo. Este Exu, vem das costas orientais da África, era swahili (negro arabizado).Usa um turbante na cabeça, e lindos tecidos de veludo trazidos de oriente, que lhe valeram o apelido na Kimbanda de "veludo" . Dado a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e o associaram com os mesmos.Isto não significa que não trabalhe com os ciganos, ao contrário, tem inclusive uma passagem ou caminho que se apresenta como um. Tem muitos conhecimentos sobre feitiços que se fazem utilizando panos,tigelas, agulhas, pembas e outros ingredientes.
Abre os caminhos e limpa trabalhos negativos feitos nos cemitérios. Gosta de um bom whisky e grossos charutos.
Alguns de seus caminhos são:
Exu Veludo da Meia Noite
Exu Veludo Cigano
Exu Veludo 7 Encruzilhadas
Exu Veludo Menino (Veludinho)
Exu Veludo dos 7 Cruzeiros
Exu Veludo das Almas
Exu Veludo dos Infernos
Exu Veludo da Kalunga
Exu Veludo da Praia
Exu Veludo do Oriente
Exu Veludo Sigatana
Exu Veludo do Lixo



Dona Maria Mulambo. Entidade amada, respeitada e muito solicitada nos terreiros em geral. É muita interessada e dedicada em ajudar seus "médiuns" e protegidos. Quase sempre mostra-se como uma mulher fina, requintada e nada vulgar. É considerada a entidade capaz de ajustar a vida como um todo. Mas cobra de seus protegidos ação e caráter firmes. Também tem muitos protegidos no mundo espiritual, e também a eles são feitas as cobranças necessárias à sua evolução. Faz de um tudo para ajudar a seus médiuns e a todos que a procuram em busca de soluções para as dificuldades de suas vidas. Maria Mulambo costuma trabalhar dentro da vibração de Iansã. Seus trajes variam muito, como as suas cores. Pode usar o vermelho e preto, o preto, o vermelho, trajes coloridos, saias esfarrapadas ou com tiras, até trajes mais requintados.
As cores de suas guias são a vermelha e a preta, combinadas de sete em sete contas. Suas oferendas podem ser simples ou complexas, dependendo do objetivo do trabalho. Costuma pedir fitas vermelhas e pretas em quase todos os seus trabalhos. Pode trabalhar com velas vermelhas, vermelhas e pretas, pretas e também brancas.Pode receber seus ebós (oferendas) nas encruzilhadas em T, terreiros ou em outro local solicitado por ela.
Maria Mulambo é a protetora das mulheres com muitas dificuldades financeiras , doenças, depressões, mas cobra-lhes vontade e atitude.

Sete Ventanias - É um dos exús mais antigos. É rarissímo se apresentar, pois já atingiu um alto estágio de evolução. É um exú da legião de Yemanjá e falange de Yansã.

Exus da Estrada: São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo. Nesta linha trabalham vários espíritos, desde os Exus da estrada propriamente dita, como também os Cíganos e a malandragem. Também se encaixam nesta linha alguns espíritos, que apesar de já terem atingido um certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Exus (Exu Mangueira, Exu do Tempo, etc...).
Ex: D. Maria Padilha; Sr. Zé Pelintra; D. Rosa Vermelha; Sr. Tiriri; D. Cigana/Ciganinha, etc...


Exu Tiriri - Exu chefe das falanges das encruzilhadas. Sua energia está concentrada nas intersecções de estradas em áreas rurais, caminhos e estradas rurais, e cruzamentos  nas estradas. Tem acesso a todos os lugares. Existem vários nomes  de Tiriri, aqui estão algumas:◦Seu Tiriri das Encruzilhadas ◦Seu Tiriri das Matas ◦Seu Tiriri dos ◦Seu Tiriri Menino ◦Seu Tiriri da Kalunga ◦Seu Tiriri das Almas ◦Seu Tiriri da Figueira ◦Seu Tiriri do Cruzeiro ◦Seu Tiriri da Meia Noite ◦Seu Tiriri Cigano.  Todos eles estão agem nas encruzilhadas. Estão sobre o comando  dos seguintes exus  importantes: ◦Tiriri Bara ◦Tiriri Apavena ◦Tiriri Apanada ◦Tiriri Lonan.
Tiriri - "A senhor da visão", aquele que vê mais longe do que outros.  É frequentemente chamado para trabalhar com o jogo de búzios e outros sistemas de oráculos Africano. 
Aparece como uma pele escura, com um bigode pontudo e uma cabeça raspada (ou com o cabelo muito curto). Ele gosta de alta qualidade, nos charutos e bebidas alcoólicas, principalmente uísque.
Tem  uma aparencia estravagante. Suas roupas principalmente em tons de vermelho e preto, usando também em branco. Se, no entanto, tem também um caminho relacionado com o reino da praia e com o povo deste reino, por ser da estrada esta conectado com o povo dos ciganos, ele também usa tons de azul em suas roupas. Neste último caso, pode ter outras cores. Usa  nas mãos um bastão de madeira.
Em sua última encarnação na terra apresenta-se  como um mestiço, descendente de escravos, um homem negro com deformações no rosto. 

Maria Padilha do Cruzeiro das Almas - Minha Rainha Amada e Poderosa - Gosta de dançar, de roupas com brilho,em tons de vermelho e dourado, quase nada preto, fuma  cigarro longo ou cigarrilhas, finas; sua bebida favorita é o champagne, gosta de taças exageradamente lindas,  gosta de usar rosa vermelha no cabelo, é vaidosa, brincos, pulseiras que façam ruídos,baton e perfume de boa  qualidade. Sensual e ligada as questões do amor.Sua gargalhada inconfundível,misturada com sua conversa direcionada e envolvente, são muito parecidos com nós humanos encarnados.Resolve os assuntos mais urgentes, é infalível e resolutíva.  Busca a evolução, trabalhando na prática do bem. Não costuma prejudicar ninguém! Mas não deixa barato as ofensas recebidas; por este motivo, devemos tomar cuidado com a forma de tratá-la. Muitas vezes e irônicas, mas muto divertida. Quando nervosa ou brava, fica incontrolável. Te-la como amiga, é ter proteção garantida. Aceita suas oferendas nas esquinas de cemitérios. As oferendas devem  ser colocadas sempre sobre uma toalha vermelha.
Obs.: Todas as fotos são apenas ilustrativas. Não corresponde a nenhuma imagem dos queridos exus e pomba giras da nossa Umbanda querida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

OBI - O FRUTO SAGRADO I


OBI–  NOZ DE KOLA

A noz-de-cola é o fruto de uma árvore de aproximadamente de 6 a 8 metros de altura, pertencente as plantas do gênero Cole da subfamília Sterculioideae (Malvales). As variedades mais comuns são obtidas de várias árvores do oeste da África ou da Indonésia, como Cola nitida ou Cola vera e a Cola acuminata.

Originária da África Ocidental, também conhecido pelos nomes de abajá, café-do-sudão, cola, mukezu e obi, possui um gosto amargo e grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas do oeste africano, tanto medicinalmente, quanto religiosamente, desde época muito remota. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou oferecida aos convidados.
O Obí é a semente sagrada da religião dos Òrìsà, o assim como a hóstia é pára o Cristianismo, e em hipótese alguma é permitido parti-lo com instrumentos de aço ou ferro, este já vem com seus gomos delineados pela própria natureza e esta regra em abri-lo somente com as mãos e com o auxilio das unhas deve ser obedecida e a violação desta obrigatoriedade é quase que um sacrilégio. Não se trata simplesmente de "abrir" o obi, na verdade o ato é revestido de cerimônia com rezas e libações de água, as partículas que produzem as raízes do obi existentes dentro dele são retiradas com as unhas enquanto algumas exortações são proferidas. Insubistituível dentro do culto, esta presente em todas as cerimônias, desde o “nascimento” até a “morte” Muitos dentro da cultura não dão muito valor aos amplos detalhes quanto ao “jogo do Obí”, e é neles que se encontram todos os segredos relativos ao bom andamento dos ritos e cerimônias e do sucesso por eles esperados. Saber abrir um Obí e entender suas “mensagens” é o mínimo que se pode exigir de um sacerdote de qualquer ramificação das religiões afro-descendentes.

Os tipos mais conhecidos são:



O Obí Gbanjá, possui dois cotilédones (gomos) e não deve ser usado ritualisticamente, segundo os “padrões convencionais”, já que não possui propriedades sagradas e “àse” para utilizações litúrgicas. Seu uso mais comum são como alimentos e terapias alternativas, existem inúmeros sacerdotes que o utilizam em ritualísticas restritas.



O Obí Abatá, possui de 3 à 6 cotiledones (gomos), são usados ritualisticamente para inúmeras cerimônias dentro do culto aos Òrìsà e amplamente usado como consulta oracular (veja o mito abaixo). Oferenda por excelência de todas as divindades do Panteão Yoruba, com exceção de Sango. Os que possuem 4 gomos são os mais empregados nos rituais do Ibori, deve ser o primeiro alimento oferecido à este Imole. O Obí pode variar sua cor entre o rosa e o vermelho, mas todos com uma coloração clara em seu interior.





Os mais raros são os Obí totalmente branco denominado pelo nome de Obí Efin, somente exigido pelos Òrìsà Funfun e mesmo assim deverá obrigatoriamente possuir mais de 2 gomos.










A falta de esclarecimento e conhecimento de sacerdotes e sacerdotisas, levam inúmeras pessoas a exigirem exclusivamente em suas liturgias, o referido Obí branco. Esta “fissuração” em relação ao Obí branco, raríssimo de ser comercializado, incitam comerciantes inescrupulosos agirem de forma ilegal. Mergullhado em substâncias químicas, tais como ácido clorídrico e outras substâncias tóxicas, que visam alterar a cor natural do Obí, são comercializados livremente sem nenhuma inspeção dos órgãos competentes. Após esta “técnica criminosa” o Obí fica branco e para não comprometer ainda mais a sua estrutura, são mantidos em soluções diluídas de formoldeído. Esta “aberração” alem de apodrecidos, mau cheirosos e sobretudo venenosos, são oferecido as divindades e compartilhado em uma espécie de comunhão litúrgica entre os devotos.
Em Cuba, após o domínio do socialismo o Obí teve que ser substituído pelo coco, assim como inúmeros outros ingredientes, e a falta do principal fruto da religião foi legado seu uso somente as cerimônias de iniciações e consagrações dos Òrìsà e algumas ritualisticas das quais sua presença é indispensável e insubistituivel.


Texto: Ifabemi




....Fruto africano muito usado nos Rituais Afro brasileiros que desenvolve um importante papel na vida dos africanos em geral e de muitos brasileiros.
É a noz de Kola, na botânica conhecida como acuminata, (cola) tão comum nas ruas da Nigéria, Ghana, Costa do Marfim, Angola e demais países africanos. Os africanos costumam comer pelo menos um desses frutos por dia, independentemente dos usos que Dão ao mesmo em seus rituais.
Na África, é costume receber as visitas ilustres e queridas, com uma bandeja contendo alguns desses frutos e um cálice de bebidas, podendo ser vinho de palmeira, cerveja ou gim. Tal ato significa que o visitante é bem vindo e desfruta da amizade e confiança ilimitada do dono da casa.
A noz de cola, ou OBI, tem propriedades indescritíveis no que concerne ao sistema neuro vegetativo, estimulando os neurônios, mininges, sendo ainda um poderoso energético  para  debilidade físicas e mentais, e tônico do coração. Diminui as perdas orgânicas, tais como uréia, atuando sobre o sistema nervoso central com poderes  superiores ao da Tiamina(vit. B-1). Poderosa combatente das anemias, afeções crônicas de forma debilitante e convaslescença, favorece ainda a digestão, aumentando a secreção dos sucos estomacais e é restaurador energético nas dispepsias atônicas.Revitalizando o estado físico em geral, elimina o stress, neurastenia insônia e perda de memória.
Este pequeno fruto marrom escuro que mais se assemelha a um pequeno carroço de abacate é usado também na forma de refresco, chá ou simplesmente  mastigado ou ingerido. Geralmente tem dois a cinco gomos interligados por uma fina mebrana que  rompida, solta-os, mostrando seu interior.
O Obi divide-se em dois gêneros: O banja com dois gomos e o abata de três a sete gomos, sendo o mais comum o de sete gomos.
É costume nos rituais afro brasileiros usa-lonas orações matinais, coloacndo-o na boca e fazendo os pedidos depois que, com os dentes rompe-se gomos. Deixando cair numa toalha branca. Se todos os seus gomos caírem com a parte interna para cima, significa que o pedido será realizado o solicitador deverá mastigar e ingerir todos aqueles gomos no período do dia , até antes de o sol se por.
Ha mais de 2 mil anos o africano, e ,recentemente o brasileiro, há quatrocentos anos  costuma consagrar  a iniciação dos adeptos dos seus rituais com um obi colocando com seus quatro gomos abertos sobre a moleira(ponto mais alto da cabeça) do noviço(a)......
(Parte do texto retirado do livro Zumbi dos Palmares - Eduardo Fonseca Júnior)

Lenda de Obi


Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar ,porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun ,Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu. É um alimento básico, e toda vez que é oferecido seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada. Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente ), para entrarem em acordo sobre a situação. Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar. Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar. Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão. Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar. Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos. Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse. Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim. No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas. Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas. Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias. Depois, ela começou a comer as nozes cruas. Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas. Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo. Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas Respeitassem os mais velhos. Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola. A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia. A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla. A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho. Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

Publicada por Jscorrea